Se você é investidor, empresário, contador ou um gestor financeiro, provavelmente já ouviu falar dessa sigla: EBITDA. E se ainda não ouviu, logo vai ouvir – seja pronunciado como “ebítda”, seja como “ebidá”.
O fato é que esse indicador de divulgação não obrigatória se tornou um dos números acompanhados mais de perto por analistas e investidores. Mas o que é EBITDA e por que ele é tão importante assim?
Independente se sua empresa é do Lucro Real, Presumido ou Simples Nacional, logo entenderá a importância do EBITDA no seu dia a dia.
Trata-se de um assunto técnico, envolvendo um cálculo complexo, mas tudo vai ficar mais simples antes do final da leitura. Com este guia, você aprenderá onde encontrar os elementos que formam o EBITDA, como pode analisar os resultados e de que forma isso deve influenciar a maneira como investe. Confira:
O que é Ebitda
Vamos direto ao assunto. A maneira mais fácil de entender o que é o EBITDA é pensar nele como o resultado da operação da empresa.
A sigla vem do inglês: earnings before interest, taxes, depreciation and amortization. Em português, também é conhecido como LAJIDA, ou lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização. EBITDA e LAJIDA são o mesmo indicador.
Mas o que significa dizer que o EBITDA representa o resultado da operação da empresa?
É preciso lembrar que o desempenho de uma empresa ao longo do ano normalmente é composto por várias linhas de receitas e despesas. Ela fatura com a venda de seus produtos e serviços, é claro, mas não apenas. Seu caixa é mantido aplicado enquanto não é usado.
Conceito do EBITDA
O EBITDA representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos.
A definição consta no livro Análise das Demonstrações Contábeis, de José Laudelino Azzolin (IESDE Brasil, 2012).
Para ficar mais claro, vamos a uma fala do professor de contabilidade Ariovaldo dos Santos, da Universidade de São Paulo:
“O EBITDA mostra o potencial de geração de caixa de um negócio, pois indica quanto dinheiro é gerado pelos ativos operacionais.”
Portanto, o Ebitda é um número muito interessante para analisar a competitividade e a eficiência da empresa, especialmente em comparação ano a ano e com os concorrentes.
Isso se deve ao fato de que o indicador não leva em conta questões como financiamentos, impostos, amortização e depreciação dos ativos.
Assim, por exemplo, duas empresas de países diferentes podem ser postas lado a lado em uma planilha sem interferências dos juros altos que uma paga ou dos impostos mais baixos da outra.
Embora seja muito utilizado, esse indicador, por si, não revela a situação completa das finanças da empresa. E pode levar a muitos erros, caso não seja complementado com mais dados, conforme Eduardo de Oliveira, sócio responsável por finanças corporativas e reestruturação de empresas da consultoria Deloitte Touche Tohmatsu.
“As pessoas começam a usar o EBITDA como se fosse uma medida exata de valor de empresa, mas ele é um instrumento que mostra, quando muito, se o negócio deve ou não ser analisado a fundo”, afirma Oliveira.
Para que serve o EBITDA
Como já dito, o EBITDA ajuda a analisar a geração de caixa de uma empresa, medindo com maior precisão a produtividade e a eficiência do negócio.
Isso acontece porque ele desconsidera algumas variáveis complexas, como a tomada de financiamentos, que podem ser analisadas sob uma ótica própria.
Saber se a empresa dá lucro ou prejuízo é fundamental, mas contar apenas com esse dado primário em uma análise não é o melhor caminho para um bom diagnóstico financeiro.
O EBITDA ajuda a ir além da conjuntura de financiamentos e alavancagem em que a empresa está inserida e mostra com maior clareza a situação operacional.
Mas lembre-se que, ao pesquisar sobre uma empresa, o EBITDA é um indicador que deve ser usado em conjunto com outros números, como lucro líquido, evolução do faturamento, situação dos custos, endividamento e lucro por ação.
Como calcular o EBITDA
Para calcular o EBITDA, basta considerar o resultado líquido da empresa (ou seja, não se deve usar o resultado bruto) e diminuir dele os custos pagos com juros, impostos, depreciações e amortizações no período de apuração.
Dessa forma, o cálculo do EBITDA ocorre da seguinte forma:
EBITDA = Resultado Líquido – Juros – Impostos – Depreciação – Amortização
Há casos em que os juros podem somar valores ao resultado líquido, uma vez que a empresa pode ter investimentos que geram juros ou dividendos.
Como pode-se ver, esse é um cálculo simples e que não existe conhecimentos detalhados de matemática ou contabilidade. Ou seja: até mesmo aqueles que estão começando a investir e a empreender conseguirão fazer os cálculos.
Agora que você já sabe o que é, para que serve e como calcular o EBITDA, é importante saber que o cálculo do EBITDA necessita de um DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) fiel aos fatos que ocorreram no período, para isso, você precisa de uma gestão contábil e pra isso, você pode contar com a P2MC Consultoria Contábil, com uma equipe treinada e atualizada as melhores práticas de mercado.